Há 160 anos é realizada a
Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário no Município de Cláudio-MG e, hoje
tem a participação de 99% dos seus 27.321 habitantes, em cada canto dos 630,706
km2 que compõe o seu território, localizado a 140 km da Cidade de Belo
Horizonte, Capital do Estado de Minas Gerais, com acesso pela BR381 e a 485 km
da Cidade de São Paulo, Capital do Estado de São Paulo, utilizando também a
BR381.
A Festa do Reinado de Nossa
Senhora do Rosário é uma das festas folclóricas ricas em cores, movimentos e
ritmos, que realizam em Minas Gerais.
É também denominada de Folias
de Reis, Os Botocudos, Congado, Congada e Conga é uma manifestação cultural e
religiosa de influência africana bem antigo celebrado em algumas regiões do
Brasil, tendo as suas características e peculiaridades conforme o entendimento
de cada cultura regional.
Nos 80 dias de festejos em
Cláudio-MG, somos contemplados com uma temperatura variando entre 8ºC à 27ºC,
com um clima seco, rajadas esporádicas de vento e chuvas para apagar a poeira
das estradas municipais.
Calendário
do Festejo do Reinado:
PERÍODO
|
LOCALIDADE
|
Dias 13, 14 e 15 de junho.
|
Comunidade do Bananal
|
Dias 20, 21 e 22 de junho.
|
Comunidade do Palmital
|
Dias 27, 28 e 29 de junho.
|
Comunidade
do Matias
|
Dias 04, 05 e 06 de julho.
|
Comunidade
do Corumbá
|
Dias 18, 19 e 20 de julho.
|
Comunidade
da Cachoeira
|
Dias 25, 26 e 27 de julho.
|
Comunidade
do Machadinho.
|
Dias 01, 02 e 03 de agosto.
|
Comunidade
da Bocaina.
|
Dias 15, 16 e 17 de agosto.
|
Sede do
Município.
|
Dias 22, 23 e 24 de agosto.
|
Comunidade
de São Bento.
|
Onde
se hospedar:
LOCAL
|
TELEFONE
|
CUSTO MÉDIO DA DIÁRIA
|
MS Palace
Hotel****
|
37
3381-1956
|
R$ 100,00
|
Pousada
Lírio**
|
37 3381-1161
|
R$ 70,00
|
Pousada
Azevedo**
|
37
3381-2675
|
R$ 60,00
|
Hotel 3
Irmãos
|
37
3381-2255
|
RS 50,00
|
Hotel
Babilônia
|
37
3381-2107
|
R$ 50,00
|
Hotel
Vilaça
|
37
3381-3545
|
R$ 50,00
|
Onde
se alimentar:
O Município de Cláudio conta
com cinco unidades de Pesque-pague, com estruturas de lazer aquático, parque
infantil, passeios a cavalo e restaurante onde é servido o peixe Tilápia frito
e/ou grelhado e frango caipira com um preço médio por pessoa de R$ 25,00. Cada
um utilizando de sua peculiaridade.
14 (quatorze) restaurantes
servindo desde a culinária mais simples como a mais elaborada, com receitas da
cultura local, do estado, nacional e internacional com preços por pessoa
variando de R$ 7,00 à R$ 65,00. E três pizzarias.
Um movimento cultural
sincrético, um ritual que envolve coroações de reis, rainhas e princesas, danças,
cantos, levantamentos de mastros e cavalgadas, realizado por formação de tipos
de ternos que variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques,
Catupés, Marujos, Congos, Vilões, Contradanças, ternos femininos e outros.
Utilizam instrumentos musicais como cuíca, caixa, pandeiro, ganzá, tarol, tamboril,
sanfona ou acordeom, reco-reco e xique-xique amarado nas pernas.
Além dos reis de cada grupo,
há os chamados rei e rainha do povo, que usam cetros, são sempre afrodescendentes.
Mas o rei e a rainha do reinado são quase sempre brancos representantes das
famílias tradicionais da cidade. O rei oferece bebidas e a rainha um farto
banquete, não só aos dançantes, como às demais pessoas que vão visitá-la no dia
da coroação.
Em 27 de novembro de 1854, o
bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, concedeu autorização aos devotos
de Nossa Senhora do Rosário para exercerem suas funções, rezas, terços e
reinados na capela da aplicação do Arraial do Cláudio (construída em 1871), em
virtude da ‘avultada esmola’ com que conseguiram para a nova capela de Nossa
Senhora da Conceição que estava sendo construída na extremidade oposta do Largo
do Rosário. Por exigência do Bispo, o grupo de devotos que havia feito a
solicitação providenciou a formação da Imaculada do Rosário, cujo Estatuto foi
aprovado em 4 de fevereiro de 1856, e reconhecimento pelo Presidente da
Província no dia 13 do mesmo mês.
Durante muitos anos as
festividades do Reinado se realizaram na pequena Capela e na praça em volta.
No final do século XIX,
Padre João Alexandre de Mendonça proibiu a realização da festa, por suspeita da
prática de feitiçaria entre os participantes. O reinado passou, então, a ser
festejado nos arredores da cidade e nos povoados, até 1945, quando o Padre
Manuel da Cruz Libânio, fez cessar a proibição. Naquele ano, Jesus Teixeira
Pinto e Rosa de Freitas Teixeira, tendo recebido a Coroa no Povoado de Bananal,
trouxeram novamente a festa para a cidade.
Dessa época até os dias
atuais, a Festa do Reinado vem enriquecendo a vida cultural e religiosa do
município, constituindo também um evento de grande atração para visitantes de
todo o país e do exterior, que chegam à cidade no mês de agosto a fim de
presenciar as homenagens dedicadas às divindades padroeiras do reinado: Nossa
Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Mercês, Santa Efigênia e São Benedito.
A Irmandade do Rosário é uma
das instituições mais antigas de Cláudio. Ano após ano, a cada período de
festa, reis, rainhas, príncipes e princesas ingressam no quadro de Irmãos do
Rosário, tornando-a uma forte manifestação para a população do Município,
participantes, festeiros e congadeiros, os reais protagonistas da festa.
Em virtude do seu valor
histórico e religioso para o Povo de Cláudio, a festa do Reinado de Nossa
Senhora do Rosário, representada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário,
recebe o Registro de Bem Cultural de natureza Imaterial, pelo Decreto nº 15, de
4 de abril de 2006, ficando, portando, inscrita no Livro de Registro das
Celebrações, ”sob o numero 01(um) e sujeita a proteção especial, de acordo com a Lei Municipal nº 803/98, de 05 de marco de 1998.
FONTE: Museu de Cláudio-MG
A sua Origem:
“A origem é assaz conhecida.
Ludibriado em sua boa fé, como muitos outros, um rei africano, com dezenas dos
membros da tribo, atravessou o Atlântico, nos sombrios porões de um navio
negreiro, e foi com eles trazido para ser escravo em Ouro Preto, então capital
da província. Rei em sua terra, jamais se conformou com o cativeiro.
Aproveitando as raras horas livres, trabalhou, sem descanso, a fim de obter os
meios necessários para comprar cartas de alforria. Libertou primeiro seu filho.
Continuaram trabalhando juntos, pois o intento era libertar todos os
componentes da tribo. Com a cooperação geral, isso foi conseguido. Reza a
tradição que negras punham escondido nas carapinhas o ouro que conseguiam e iam
lavar as cabeças nas pias de água benta das igrejas da cidade, a fim de que o
metal se depositasse no fundo. Negros previamente avisados iam depois,
discretamente, retirá-lo. Os esforços do grupo foram compensados. O rei negro,
que se convertera ao catolicismo, foi batizado com o nome de Francisco. Daí a
alcunha de Chico-Rei. Tornou-se devoto de Nossa Senhora do Rosário e, para
agradecer-lhe a grande graça alcançada, organizou as festas do Reinado, nas
quais sua nova crença se mescla com crendices fetichistas. Voltou, assim, a imperar
entre os seus, também convertidos, mas com raízes atávicas demasiado fortes,
prendendo-os aos ritos nativos da África.”
FONTE: José Afrânio Moreira Duarte, acessado em http:// www.alvinews.com.br/coluna/Literatura/JoseAfranio/Reinado/Reinado.htm:
Chico–Rei - A história oral:
Chico Rei, nascido no Reino
do Congo, chamava-se originalmente Galanga. Era monarca guerreiro e sumo
sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por
comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em 1740, no navio
negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e
seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo,
foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena"
para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou.
Todo o lote de escravos foi
comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira, e foi levado
para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo
conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da
Encardideira. Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os
escravos libertos consideravam-no "rei".
Este grupo associou-se em
uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, que teria sido a primeira irmandade
de negros livres de Vila Rica. Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Chico Rei virou monarca em
Ouro Preto, antiga Vila Rica em Minas Gerais no século XVIII, com a anuência do
governador-geral Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela.
No dia de Nossa Senhora do
Rosário, ocorriam às solenidades da irmandade, denominadas Reinado de Nossa
Senhora do Rosário. Durante estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparece
com a rainha e a corte, em ricas indumentárias, seguido por músicos e dançarinos,
ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. Este cortejo antecedia a
missa. Diversos grupos de congado evocam Chico Rei como origem do congado,
embora estudiosos contestem esta visão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário