quarta-feira, 16 de abril de 2014

FESTA DO REINADO - Cláudio-MG – de 13/06 à 24/08/2014.


Há 160 anos é realizada a Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário no Município de Cláudio-MG e, hoje tem a participação de 99% dos seus 27.321 habitantes, em cada canto dos 630,706 km2 que compõe o seu território, localizado a 140 km da Cidade de Belo Horizonte, Capital do Estado de Minas Gerais, com acesso pela BR381 e a 485 km da Cidade de São Paulo, Capital do Estado de São Paulo, utilizando também a BR381.
 
A Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário é uma das festas folclóricas ricas em cores, movimentos e ritmos, que realizam em Minas Gerais.
É também denominada de Folias de Reis, Os Botocudos, Congado, Congada e Conga é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana bem antigo celebrado em algumas regiões do Brasil, tendo as suas características e peculiaridades conforme o entendimento de cada cultura regional.
 
 
Nos 80 dias de festejos em Cláudio-MG, somos contemplados com uma temperatura variando entre 8ºC à 27ºC, com um clima seco, rajadas esporádicas de vento e chuvas para apagar a poeira das estradas municipais.
Calendário do Festejo do Reinado:


PERÍODO

LOCALIDADE

Dias 13, 14 e 15 de junho.

Comunidade do Bananal

Dias 20, 21 e 22 de junho.

Comunidade do Palmital

Dias 27, 28 e 29 de junho.

Comunidade do Matias

Dias 04, 05 e 06 de julho.

Comunidade do Corumbá

Dias 18, 19 e 20 de julho.

Comunidade da Cachoeira

Dias 25, 26 e 27 de julho.

Comunidade do Machadinho.

Dias 01, 02 e 03 de agosto.

Comunidade da Bocaina.

Dias 15, 16 e 17 de agosto.

Sede do Município.

Dias 22, 23 e 24 de agosto.

Comunidade de São Bento.

Onde se hospedar:


LOCAL

TELEFONE

CUSTO MÉDIO DA DIÁRIA

MS Palace Hotel****

37 3381-1956

R$ 100,00

Pousada Lírio**

37 3381-1161

R$ 70,00

Pousada Azevedo**

37 3381-2675

R$ 60,00

Hotel 3 Irmãos

37 3381-2255

RS 50,00

Hotel Babilônia

37 3381-2107

R$ 50,00

Hotel Vilaça

37 3381-3545

R$ 50,00

Onde se alimentar:
O Município de Cláudio conta com cinco unidades de Pesque-pague, com estruturas de lazer aquático, parque infantil, passeios a cavalo e restaurante onde é servido o peixe Tilápia frito e/ou grelhado e frango caipira com um preço médio por pessoa de R$ 25,00. Cada um utilizando de sua peculiaridade.
14 (quatorze) restaurantes servindo desde a culinária mais simples como a mais elaborada, com receitas da cultura local, do estado, nacional e internacional com preços por pessoa variando de R$ 7,00 à R$ 65,00. E três pizzarias.

 Festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário em Cláudio-MG.
A manifestação cultural mais antiga do município.
Um movimento cultural sincrético, um ritual que envolve coroações de reis, rainhas e princesas, danças, cantos, levantamentos de mastros e cavalgadas, realizado por formação de tipos de ternos que variam de acordo com sua função ritual na festa e no cortejo: Moçambiques, Catupés, Marujos, Congos, Vilões, Contradanças, ternos femininos e outros. Utilizam instrumentos musicais como cuíca, caixa, pandeiro, ganzá, tarol, tamboril, sanfona ou acordeom, reco-reco e xique-xique amarado nas pernas.
Além dos reis de cada grupo, há os chamados rei e rainha do povo, que usam cetros, são sempre afrodescendentes. Mas o rei e a rainha do reinado são quase sempre brancos representantes das famílias tradicionais da cidade. O rei oferece bebidas e a rainha um farto banquete, não só aos dançantes, como às demais pessoas que vão visitá-la no dia da coroação.
Em 27 de novembro de 1854, o bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso, concedeu autorização aos devotos de Nossa Senhora do Rosário para exercerem suas funções, rezas, terços e reinados na capela da aplicação do Arraial do Cláudio (construída em 1871), em virtude da ‘avultada esmola’ com que conseguiram para a nova capela de Nossa Senhora da Conceição que estava sendo construída na extremidade oposta do Largo do Rosário. Por exigência do Bispo, o grupo de devotos que havia feito a solicitação providenciou a formação da Imaculada do Rosário, cujo Estatuto foi aprovado em 4 de fevereiro de 1856, e reconhecimento pelo Presidente da Província no dia 13 do mesmo mês. 
Durante muitos anos as festividades do Reinado se realizaram na pequena Capela e na praça em volta.

No final do século XIX, Padre João Alexandre de Mendonça proibiu a realização da festa, por suspeita da prática de feitiçaria entre os participantes. O reinado passou, então, a ser festejado nos arredores da cidade e nos povoados, até 1945, quando o Padre Manuel da Cruz Libânio, fez cessar a proibição. Naquele ano, Jesus Teixeira Pinto e Rosa de Freitas Teixeira, tendo recebido a Coroa no Povoado de Bananal, trouxeram novamente a festa para a cidade.
Dessa época até os dias atuais, a Festa do Reinado vem enriquecendo a vida cultural e religiosa do município, constituindo também um evento de grande atração para visitantes de todo o país e do exterior, que chegam à cidade no mês de agosto a fim de presenciar as homenagens dedicadas às divindades padroeiras do reinado: Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora das Mercês, Santa Efigênia e São Benedito.
A Irmandade do Rosário é uma das instituições mais antigas de Cláudio. Ano após ano, a cada período de festa, reis, rainhas, príncipes e princesas ingressam no quadro de Irmãos do Rosário, tornando-a uma forte manifestação para a população do Município, participantes, festeiros e congadeiros, os reais protagonistas da festa.
Em virtude do seu valor histórico e religioso para o Povo de Cláudio, a festa do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, representada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, recebe o Registro de Bem Cultural de natureza Imaterial, pelo Decreto nº 15, de 4 de abril de 2006, ficando, portando, inscrita no Livro de Registro das Celebrações, ”sob o numero 01(um) e sujeita a proteção especial,  de acordo com a Lei Municipal nº 803/98,  de 05 de marco de 1998.
FONTE: Museu de Cláudio-MG

A sua Origem:
 
             “A origem é assaz conhecida. Ludibriado em sua boa fé, como muitos outros, um rei africano, com dezenas dos membros da tribo, atravessou o Atlântico, nos sombrios porões de um navio negreiro, e foi com eles trazido para ser escravo em Ouro Preto, então capital da província. Rei em sua terra, jamais se conformou com o cativeiro. Aproveitando as raras horas livres, trabalhou, sem descanso, a fim de obter os meios necessários para comprar cartas de alforria. Libertou primeiro seu filho. Continuaram trabalhando juntos, pois o intento era libertar todos os componentes da tribo. Com a cooperação geral, isso foi conseguido. Reza a tradição que negras punham escondido nas carapinhas o ouro que conseguiam e iam lavar as cabeças nas pias de água benta das igrejas da cidade, a fim de que o metal se depositasse no fundo. Negros previamente avisados iam depois, discretamente, retirá-lo. Os esforços do grupo foram compensados. O rei negro, que se convertera ao catolicismo, foi batizado com o nome de Francisco. Daí a alcunha de Chico-Rei. Tornou-se devoto de Nossa Senhora do Rosário e, para agradecer-lhe a grande graça alcançada, organizou as festas do Reinado, nas quais sua nova crença se mescla com crendices fetichistas. Voltou, assim, a imperar entre os seus, também convertidos, mas com raízes atávicas demasiado fortes, prendendo-os aos ritos nativos da África.”
FONTE: José Afrânio Moreira Duarte, acessado em http:// www.alvinews.com.br/coluna/Literatura/JoseAfranio/Reinado/Reinado.htm:

Chico–Rei - A história oral:
Chico Rei, nascido no Reino do Congo, chamava-se originalmente Galanga. Era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em 1740, no navio negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena" para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou.
Todo o lote de escravos foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira, e foi levado para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira. Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no "rei".
Este grupo associou-se em uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, que teria sido a primeira irmandade de negros livres de Vila Rica. Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Chico Rei virou monarca em Ouro Preto, antiga Vila Rica em Minas Gerais no século XVIII, com a anuência do governador-geral Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela.
No dia de Nossa Senhora do Rosário, ocorriam às solenidades da irmandade, denominadas Reinado de Nossa Senhora do Rosário. Durante estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparece com a rainha e a corte, em ricas indumentárias, seguido por músicos e dançarinos, ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. Este cortejo antecedia a missa. Diversos grupos de congado evocam Chico Rei como origem do congado, embora estudiosos contestem esta visão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário